quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Autores e Livros da Baixada: Destaque no Jornal O Dia em 15/08/2015

Histórias de viagens, contos e poemas transformados em livros

Escritores são jovens, professores, guia de turismo, donas de casa. Independentes ou não, eles têm edições até em francês

O DIA
Dizem que pobre não se interessa por livros, que só quer saber de assistir TV e beber no bar. Mas há uma galera na Baixada Fluminense que desmitifica essa afirmação e prova que também sabe escrever, e muito bem: Emilly Borret, Marcos Lamoreux, Guarnier Paiol e Geise Gomes estão entre eles.
Emilly Borret mostra o ‘Diário de uma jovem Embaixadora’
Foto:  Paulo Araújo / Agência O Dia
A estudante Emilly Borret, de 17 anos, lançou o seu livro “Diário de Uma Jovem Embaixadora”, no último dia 7, na Livraria Cultura do Centro do Rio. A jovem iguaçuana foi uma dos 50 selecionados, dentre 13 mil 500 inscritos, para participar do Programa Jovens Embaixadores 2015 e contou a experiência de ter sido eleita uma estudante exemplar para representar o Brasil nos EUA, em seu livro.
Sempre gostei de escrever. Tinha um diário quando era mais nova. Mas poemas e contos, só depois que um ex-namorado, que também escrevia, me fez refletir sobre o assunto”, conta a estudante, que quer cursar a faculdade de Medicina e pensa em se especializar em Neurologia.
O convite para escrever o livro contando a experiência do intercâmbio surgiu depois de uma matéria sobre o assunto. “A editora Nova Terra entrou em contato comigo depois que dei uma entrevista. Como gosto de escrever e sempre quis publicar algo, aceitei a proposta”, lembra Emilly, que disputava lugar no trem do ramal Japeri para poder escrever o seu livro.
O documentarista e guia de turismo Marcos Lamoreux lançou o livro “Minha Casa é Minha Mochila” após amigos brincarem que ele escreveria um livro sobre suas histórias de viagens. “Gostei tanto da ideia que simplesmente escrevi o livro, aproveitando um projeto que fiz pra faculdade, um roteiro de 500 páginas onde aproveitei textos de blogs de viagem que já tinha”, diz o meritiense de 28 anos.
Lançado em abril, o livro é independente, não tem editora. “Foi melhor assim. Pude ter contato direto com o público, uma experiência incrível”, lembra. O livro está passando por revisão para ser publicado em Angola, na África, e recebeu propostas de tradução para o alemão e o francês.
Morador de Nilópolis, o ator Guarnier Paiol, de 35 anos, tem dois livros publicados: ‘Onomatopeia’, que reúne contos e foi publicado pela editora CBJE (Câmara Brasileira do Jovem Escritor) e ‘Paiol -Ninho’, de poemas curtos _o primeiro volume de três, pela editora Maple. “Custeei as duas publicações e também tenho livretos que faço artesanalmente e comercializo”, diz o escritor, que é graduado em Língua Portuguesa e Literaturas e Especializado em Orientação Educacional e Pedagógica.
O ator explica que tem alguns outros livros para publicar, “mas tudo é bem difícil quando você é seu próprio patrocinador. Hoje, desconheço editoras que recebam originais de escritores desconhecidos com reais interesses em publicá-los sem que o autor pague a publicação.”.
A iguaçuana Geise Gomes, de 29 anos, lançou recentemente o livro infantil “Cadê Martin?”, pela Chiado Editora. O livro foi inspirado em um amigo argentino e em sua viagem de bicicleta pelo Brasil.

Conto na coletânea ‘Flupp Pensa’

Conto 'Estragos da Síndrome' foi lançado em português e francês
Foto:  Divulgação
Joana Ribeiro tem representado belamente a Baixada. A jovem escritora iguaçuana de 23 anos, teve o conto ‘Estragos da Síndrome’ publicado em 2012 pela coletânea ‘Flupp Pensa’. E em março de 2014 o mesmo conto foi lançado na França, no Livro “Je suis toujours favela”. E, em novembro, Joana participará do livro ‘ Meu Rio’, com outros 20 escritores novos. O livro será comercializado em todo o Brasil.
O animador cultural, Heraldo HB, também faz parte dessa galera. Ele lançou “O Cerol Fininho da Baixada – Histórias do cineclube Mate Com Angu”, pela Aeroplano Editora. O livro faz parte da Coleção Tramas Urbanas.
Uma artista completa, Wilma Machado, de 60 anos, custeou a publicação do seu livro de poesias ‘Mãos Amigas’. “Presenteio os amigos com o livro”, conta ela.

Projeto reúne autores e livros da baixada fluminense

Buscando valorizar e reconhecer a produção literária da Baixada Fluminense, a produtora da empresa EncontrArte _ que realiza o festival de teatro de mesmo nome_e atriz, Claudina Oliveira, criou em 2007 o projeto ‘Autores e Livros da Baixada Fluminense’, em que ela reúne, sem nenhum apoio, os livros dos autores e os leva para eventos culturais e feiras.
“Hoje, a catalogação que faço já conta com mais de 300 títulos. Só de poesias são mais de 80. E a maior parte da produção é feita por homens”, conta. Segundo Claudina, predominam os livros de poesias e conteúdos paradidáticos, resultado dos trabalhos de TCCs e dissertações, principalmente, dos cursos de história da Baixada.
Ela quer se inscrever para o edital de Livro e Leitura lançado pelo Ministério da Cultura. “Quero potencializar esse projeto”.

Reportagem da estagiária Marcelle Abreu

domingo, 6 de março de 2011

Escritor Pedro Ferreira é convidado a integrar a Academia de Letras e Artes de São João de Meriti



O mês de Feveriro fechou com chave de ouro para o escritor Pedro Ferreira: em visita ao Instituto de Pesquisas e Análises Históricas e de Ciências Sociais da Baixada Fluminense (IPAHB), em Nilópolis, ele foi agraciado com o convite do presidente, e também imortal Gênesis Pereira Torres, para integrar-se à Academia de Letras e Artes de São João de Meriti (ALAM). A Cerimônia de Posse está sendo agendada ainda pra o 1º semestre de 2011.

A admiração pelo sucesso da vida profissional dos dois ilustres é mútua: se por um lado o escritor Pedro Ferreira fica embevecido com a arte de contar as particularidades das histórias que retratam a formação da Baixada Fluminense, por outro lado, o Professor Gênesis como é carinhosamente denominado, está impressionado com o empenho de Pedro Ferreira em publicar um livro a cada ano, initerruptamente.

Na ocasião, foi doado para a biblioteca do IPAHB um exemplar de cada livro publicado do escritor Pedro Ferreira, e ficou acertado o próximo lançamento, previsto para a primeira quinzena de Junho de 2011.



Pedro Ferreira é morador de Mesquita, e recebeu o Prêmio Baixada 2010.



Conheça o IPAHB: http://www.ipahb.com.br/
Conheça a ALAM: http://www.alamonline.com.br/

Mais informações sobre o escritor Pedro Ferreira, acesse o blog: http://pedro-escritor.blogspot.com

Fazendo Arte Consultoria, Assessoria, Gerenciamento de Artes & Artistas
Claudina Oliveira - Produtora Executiva
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A Arte e a Cultura da Baixada Fluminense



Por Claudina Oliveira*


A Baixada Fluminense, periferia da região metropolitana do Rio de Janeiro, vem, aos poucos, reescrevendo a própria história. A denominação “baixada” é recente, pois, até o século XIX, a região era chamada “Baixada da Guanabara”. Sempre foi uma região muito próspera, primeiro com os engenhos de açúcar, depois com a produção de café e, até o século passado, com a laranja. Frequentemente escrita, fotografada e interpretada por gente que se encanta diante de tanta riqueza cultural, a Baixada desponta como região promissora no Estado, como consequência do crescimento do espaço urbano, econômico e até da importância política.

Sua cultura tem a forte influência dos negros e nordestinos que engrossam a estimativa de aproximadamente quatro milhões de habitantes, segundo os dados do IBGE, e, mesmo assim, é tão pouco equipada com aparelhos culturais e de educação. Segundo os dados do Sindicato de Artistas e Técnicos em Espetáculos em Espetáculos de Diversões do Estado do Rio de Janeiro (SATED/RJ), é da Baixada Fluminense o maior número de profissionais com registro profissional no interior do Estado do Rio de Janeiro, abrigando, portanto, significativa mão-de-obra para a capital.

Vêm ocorrendo excelentes iniciativas por parte do terceiro setor, inclusive do setor privado, ora numa tentativa de minimizar as desigualdades nas oportunidades de acesso à produção cultural, ora para atender ao crescente interesse da população em apreciar as mais diversas manifestações artísticas. Dentre estas iniciativas, há os grupos de dança (do maculelê ao clássico), as mostras de teatro (dos amadores aos profissionais), as coletâneas literárias e mostras de música (dos grupos de pagode aos de especialidade erudita), revelando o inquestionável talento e competência desses cidadãos.

Os artistas da Baixada Fluminense, em suas diferentes segmentações, têm buscado incessantemente conquistar um espaço de convivência sem preocupação partidária ou qualquer bandeira; eles compartilham a condição de viverem numa região periférica e a determinação de que algo extraordinário aconteça. E assim também continuam as ONGs com seus cursos de música, de circo, de dança, de teatro, motivando, empreendendo, oportunizando novos cidadãos, afirmando a beleza de seus cantos, seus gestos, sua arte.

A emoção faz parte desse povo que, ao ter a chance de se expressar, deixa transparecer a explosão da alegria e a certeza de seu valor cultural. A autoestima vem aumentando. A Baixada tem o seu dia, 30 de abril, marco da sua expansão pela inauguração da primeira estrada de ferro construída no Brasil.

Às organizações que defendem e procuram integrar a sociedade “baixadense” creditamos o sucesso desse reconhecimento mútuo. Muitos encontros e muitas articulações são essenciais, como a idealização do Consórcio Intermunicipal de Cultura, iniciada no ano 2000 na Faculdade de Educação da Baixada Fluminense (FEBEF), e, agora, a concretização de um sonho, que é a reestruturação do Centro de Artes e Cultura da UFRRJ, no campus Seropédica.

A Baixada Fluminense é um diamante que vem sendo lapidado por uma pluralidade sem fim de talentos ainda escondidos. Com toda essa força e empreendimento, pretendemos revelar ao mundo todo esse potencial; temos a chance de fortalecer tanto culturalmente como economicamente o Estado do Rio de Janeiro, vitrine de um país livre, rico, com intensa diversidade natural e cultural.

Assim experimento e sinto-me envolta numa vibração de esperanças que se renova a cada dia em milhares de cidadãos que produzem suas riquezas com fé, com garra, com arte, que geram o progresso que multiplica em cada rua, em cada bairro, em cada cidade, o real sentido da vida.


* Claudina Oliveira é Atriz; Diretora de Produção; diretora do Fórum de Cultura da Baixada Fluminense; idealizadora e realizadora do EncontrArte – Encontro de Artes Cênicas da Baixada Fluminense e realizadora do projeto Miss Baixada desde a primeira edição.




Contato: (21) 8605-1938 / 9747-0599 - claudinaoliveira@gmail.com


Imagem: Andruchak - arte&cultura 2008 105x120cm acrilico s/ eucatex - geometricismo 700px.JPG